O mercado NPL continua com um crescimento forte na Península Ibérica, com a venda de carteiras de crédito malparado a atingir os 28.000 milhões de euros este ano.
Em Portugal, os números deverão atingir um novo recorde com 8.000 milhões de euros em vendas, revelando um mercado de oportunidades e de elevados retornos em contexto ibérico.
Os dados são do estudo “Investing in NPL in Iberia 2019” realizado pela Prime Yield divulgado durante a conferência “NPL Iberia” em Madrid, onde Phil Walker, o nosso Chief Operation Officer (COO) marcou presença como speaker no bloco “Iberia Servicing”.
“Um mercado ainda imaturo com muito boas oportunidades”
O crescente interesse por parte dos investidores em ativos em incumprimento nos mercados sul-europeus veio proporcionar um aumento no número de transações registadas nos últimos anos. A Ibéria é em especial um grande foco graças à variedade de oportunidades em perfis e tickets de investimento, com dois mercados em diferentes fases de maturidade, com competitividade e níveis de retorno distintas.
No estudo elaborado pela Prime Yield, Nelson Rêgo afirma que “para investidores focados nos mercados de NPL e REO [Real Estate Owned Assets, carteiras de ativos próprios], a Ibéria é agora, mais que nunca, o local para apostar, especialmente se for um mercado abordado com uma visão integrada”.
No caso de Espanha, as transações deste tipo de carteiras deverão estabilizar visto que se trata de um mercado mais maduro, com mais anos de exploração. Já em Portugal, a perspetiva é de crescimento com a abertura dos bancos para a venda de portfólios, dada a pressão de cumprir metas europeias e seguir estratégias ambiciosas de desalavancagem financeira.
Nos últimos dois anos, o mercado português também se tornou um alvo atrativo para investidores globais graças a bons indicadores económicos e por ser “um mercado ainda imaturo com muito boas oportunidades” face aos restantes mercados concorrentes em fases mais avançadas de desenvolvimento.
Contas feitas, no final deste ano 2019 Portugal deverá atingir um volume de 8.000 milhões de euros, um novo recorde nacional na transação de carteiras de crédito malparado.
Só há dois anos, o volume médio registado situava-se entre os 2.000 e os 3.000 milhões de euros. Por outro lado, 2018 já se tinha revelado um grande ano com valores nunca atingidos – “O mercado de NPL acelerou de forma acentuada em 2018 e atingiu um pico de 7.500-8.000 milhões de euros em transações, um número inédito no país, com todos os grandes bancos a transacionarem portfólios. A transação das grandes carteiras deverá continuar a marcar a atividade este ano, com uma dinâmica especial nos ativos garantidos por imóveis, cada vez mais atrativos dado o crescimento dos preços no setor imobiliário”, lê-se no documento.