Jovens Portugueses São dos Europeus que Mais Tarde Deixam a Casa dos Pais

Jovens Portugueses São dos Europeus que Mais Tarde Deixam a Casa dos Pais

Jovens Portugueses São dos Europeus que Mais Tarde Deixam a Casa dos Pais 150 150 Hipoges

Os jovens portugueses são dos que mais tarde “saem do ninho”, em média, com 29,2 anos de idade. Em comparação com os restantes países da União Europeia, Portugal encontra-se na sétima posição mais elevada do ranking no que toca à “média de idade de saída de casa dos pais”.

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Segundo dados revelados pela Eurostat em 2018, em média, os jovens europeus saem de casa dos progenitores com cerca de 26 anos de idade. Portugal encontra-se entre os países onde os jovens saem mais tarde, entre os quais estão: Malta (onde em média só saem com 32,2 anos); Croácia (31,9 anos); Eslováquia (30,8 anos); Itália (30,1 anos); Grécia (29,4 anos); Espanha (29,3 anos); e Portugal (29,2 anos).

Os países escandinavos são os que se encontram no início da lista, visto que é onde os jovens se tornam independentes mais cedo. Em primeiro lugar fica a Suécia (21 anos) depois a Dinamarca (21,1 anos), o Luxemburgo (21,4 anos) e a Finlândia (21,9 anos).

 

No que diz respeito a géneros, existe uma tendência para elas deixarem o agregado familiar primeiro que eles. Esta tendência estende-se a Portugal – as jovens portuguesas tendem a sair de casa, em média, com 28,2 anos. Já no que toca aos jovens do sexo masculino, estes só o fazem com cerca de 30,2 anos.

No entanto, um estudo elaborado por investigadores do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) referente ao tema, revela que este acontecimento tardio, no caso de Portugal e de outros países da Europa do Sul, não se justifica pela falta de vontade dos jovens.

Os Obstáculos dos Jovens Portugueses

Apesar de já trabalharem e até poderem ser financeiramente independentes dos seus progenitores, os jovens portugueses não adquirem autonomia residencial tão cedo devido essencialmente aos baixos salários, à instabilidade laboral e ao acrescido risco de desemprego.

O estudo destaca que são estes os fatores que influenciam a “transição para a vida adulta”, mantendo os jovens dependentes economicamente dos seus agregados familiares até mais tarde e adiando a vida em comum com o parceiro, ou o nascimento do primeiro filho (acontecimentos que, no geral, ocorrem cada vez mais tarde na vida dos portugueses).

Outro fator que adia este processo é a crescente valorização do mercado imobiliário em Portugal que, sem a devida regulação por parte do Estado e a criação de alternativas e apoios para os jovens, impossibilita que os mesmos consigam suportar financeiramente os valores da renda da habitação.

A Falta de Apoios no Sul da Europa

Para além do mercado de trabalho oferecer melhores condições e oportunidades, e revelar-se mais estável do que no sul da Europa, nos países nórdicos os jovens começam, desde cedo, a beneficiar de apoios do Estado, através de políticas que, em colaboração com os institutos de ensino, promovem a autonomização dos estudantes.

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Segundo o estudo, “quanto mais baixo for o rendimento do trabalho dos jovens, mais tarde saem da casa dos pais” – algo que se pode facilmente constatar ao comparar a forte discrepância dos dados observados entre  a Europa do Norte e a Europa Central e Sul.