Desde o máximo histórico registado em junho de 2016, o crédito malparado em Portugal afundou perto de 50% devido às amortizações e, essencialmente, à venda de carteiras destes ativos por parte de instituições financeiras.
Os bancos portugueses continuam focados na venda de ativos tóxicos, sendo que no ano passado este processo foi acelerado graças à avultada venda de carteiras, especialmente por parte do Novo Banco.
Em 2016 foi registado o valor mais elevado de sempre de crédito malparado em Portugal, tendo atingido os 50 mil milhões de euros. Desde então o stock de NPL (Non-Performing Loans) tem seguido uma trajetória descendente – só no espaço de um ano, de 2017 para 2018, houve uma redução de 11 mil milhões de euros.
Segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal sobre o sistema bancário nacional no passado mês de abril, o total de crédito malparado no ano passado encontrava-se nos 25,8 mil milhões de euros, que se resume numa redução de 30% quando comparado com os 37 mil milhões registados no período homólogo.
Novo Banco em Destaque
A libertação de empréstimos em incumprimento deve-se essencialmente à venda de carteiras de NPL. Vários bancos em 2018 procuraram acelerar este processo de venda e em destaque encontra-se o Novo Banco, responsável pela maior operação de venda de malparado do país, a carteira Nata – que se encontra sob gestão da HipoGes Iberia. Esta foi a segunda transação efetuada pelo banco com objetivo de se libertar da herança do BES.
Agora o Novo Banco segue com a venda de mais uma carteira designada “Projeto Nata 2” que ultrapassa a carteira anteriormente referida, estando esta avaliada em 3.300 mil milhões de euros.
Bancos Registam Resultados Positivos
À exceção do Novo Banco, que acabou por registar prejuízos e solicitar apoio ao Fundo de Resolução, os restantes bancos portugueses apresentaram resultados positivos em 2018, que chegaram a 500 milhões de euros cada, melhorando a sua situação operacional.
Apesar da venda de carteiras de NPL ter determinados custos, em certas situações, como é o caso do BPI e do Santander Totta, as mesmas contribuíram para os resultados positivos dos bancos. Neste caso, as provisões feitas para estes créditos como cobertura de imparidades resultaram em ganhos – ocorreu um efeito positivo na venda/recuperação dos créditos que acabou por reverter as imparidades.