Existem vários fatores que afetam a segurança dos portugueses no momento de investir. A maior parte do dinheiro de poupanças em Portugal acaba por ser aplicado em depósitos com pouca rendibilidade.
Os traumas resumem-se essencialmente ao risco inerente ao investimento, à falta de informação e a recordações da crise financeira que afetou Portugal. Assim, muitos investidores acabam por não arriscar em investimentos que acabariam por trazer retornos mais elevados.
Como forma de ajudar os aforradores a estar mais protegidos e informados, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) partilhou brochuras informativas acessíveis a todos, uma das quais contém dicas para o investidor.
Nesta brochura, “Dicas CMVM ao Investidor”, o supervisor de mercado dá dez conselhos úteis:
Certifique-se que o intermediário financeiro está registado.
Antes de investir, verifique se a entidade com que pretende realizar o seu investimento está autorizada. Para exercer a sua atividade, nomeadamente para o aconselhar ou implementar as decisões dos investidores, os intermediários financeiros têm que estar registados junto da CMVM, uma informação que pode consultar no nosso site em: Sistema de Difusão de Informação -> Intermediários Financeiros (www.cmvm.pt). Em caso de dúvida, entre em contacto com a CMVM.
Garanta a qualidade da informação
Leia sempre os documentos que caracterizam o instrumento financeiro antes de o subscrever ou adquirir e não assine qualquer documento se tiver dúvidas ou não compreender as características do produto ou serviço que pretende contratar. Pergunte e obtenha resposta quanto ao risco do produto ou serviço e tenha presente que há sempre risco. Certifique-se que todas as informações em que baseou a sua decisão constam de documentos escritos, datados e assinados: se quiser reclamar mais tarde este é um cuidado essencial.
Conheça o seu perfil de risco.
O intermediário financeiro deve preencher um formulário para avaliar o seu perfil de risco enquanto investidor. As designações mais comuns para o perfil de risco são “conservador”, “moderado”, “arrojado/agressivo”. Esta é uma ferramenta essencial que o ajudará a conhecer se tem maior ou menor aversão ao risco e permitirá traçar uma estratégia de investimento responsável e adequada considerando ainda o seu objetivo de investimento e situação financeira, a sua disponibilidade para aplicações de curto, médio ou longo prazo, bem como os seus conhecimentos sobre os diferentes instrumentos financeiros.
Diversifique os seus investimentos.
Já deve ter ouvido a expressão “nunca colocar todos os ovos no mesmo cesto”. Aplicado ao investimento significa que deve diversificar os instrumentos financeiros em que aplica o seu dinheiro, de forma a reduzir os riscos. Ou seja, é recomendável investir em diferentes produtos financeiros, com graus de risco distintos, diversificando também em zonas geográficas e setores da atividade económica.
Informe-se e quantifique comissões e custos.
Comprar, vender e manter produtos de investimento tem custos associados, sendo os principais em forma de comissões, custos de transação ou de corretagem, de guarda de títulos (ou custódia / registo e depósito) ou de reembolso, entre outras. Estes custos têm impacto na rentabilidade do investimento, pelo que deve tê-los sempre em conta no momento de investir, pedindo simulações e uma quantificação tão rigorosa quanto possível dos seus valores.
Cuidado com retornos garantidos.
Promessas de rentabilidades elevadas com pouco ou nenhum risco são indícios clássicos de fraude. Todos os investimentos têm associado algum risco e a perspetiva de maiores retornos significa que estará a assumir também maiores riscos.
Reconheça indícios de fraude.
Para se proteger de situações fraudulentas deve sempre:
- Duvidar de investimentos em que são prometidas elevadas rentabilidades e baixo risco;
- Desconfiar de retornos muito acima da média do mercado;
- Evitar tomar decisões precipitadas e desconfiar de pedidos de respostas rápidas, em particular associadas a temas complexos ou inovadores;
- Obter o máximo de informação sobre a entidade e operações propostas e verificar se as entidades são registadas na CMVM;
- Exigir respostas concretas a questões como: “Como conseguiram o meu nome e contacto?”, “Estão registados na CMVM?”, “Quais as comissões e custos nesta aplicação?”, “Podem enviar prospetos, fichas técnicas e propostas de investimento por email ou correio?”, “Qual é o risco?”
- Evitar dar informação pessoal a pessoas ou entidades quando tem dúvidas quanto à sua idoneidade.
Tome decisões conscientes.
Enquanto investidor deve procurar aplicar as suas poupanças de forma consciente e responsável, exigindo toda a informação necessária à decisão e tomando precauções, como conhecer o seu perfil de risco ou diversificar as poupanças. O investimento é uma decisão individual, o que significa também que um produto financeiro pode ser adequado para determinado investidor, e não o ser para outro.
Preste atenção à conjuntura internacional.
A economia mundial está cada vez mais globalizada e essa realidade é ainda mais evidente no sistema financeiro. Por isso, na gestão dos seus investimentos, deve procurar estar informado sobre o que se passa na conjuntura internacional e perceber que impactos poderá ter nos vários instrumentos financeiros.
Pode contar com a CMVM.
O supervisor zela para que todas as regras que regem os mercados de capitais sejam cumpridas e prestam apoio aos investidores nas suas dúvidas, necessidades de informação e reclamações. Pode contactar a CMVM por telefone ou por email para os contactos gerais ou, se for investidor de retalho, para a linha verde (gratuita) – 800205339 – ou para o email investidores@cmvm.pt