A banca nacional continua a reduzir o financiamento junto do Banco Central Europeu, tendo atingido um mínimo que não se registava há mais de 9 anos.
Desde abril de 2010 que o valor dos empréstimos efetuados ao BCE não atingiam níveis tão baixos, segundo os dados publicados pelo Banco de Portugal na passada terça-feira, dia 8 de outubro. O que se sucedeu aos valores mínimos da altura foi a crise da divida em Portugal, seguida do ano 2011, momento em que o FMI entrou para efetuar o terceiro maior resgate da história, algo que pode ser facilmente observado no seguinte gráfico.
Sendo setembro o mês em se fecha o terceiro trimestre do ano, é natural que haja uma maior limpeza de carteiras por parte da banca. Ainda assim, este passado mês de setembro registou-se um maior alivio a nível de financiamento.
Têm-se observado uma redução progressiva da dependência do BCE que se iniciou em meados de 2012 e observa agora mínimos bastante positivos. Os valores mais elevados de financiamento em Portugal foram precisamente nesse ano, com um montante que ascendeu a 60,5 mil milhões de euros, num período em que os mercados internacionais fecharam portas à banca portuguesa devido ao resgate financeiro de 2011.
Neste momento, face a agosto deste ano, os empréstimos da banca junto do BCE tiveram uma queda de 652 milhões que representa uma redução de 3,49% – a maior redução desde setembro de 2018.
Ao todo, os bancos portugueses têm 18,02 mil milhões de euros de financiamento, que consiste numa queda homóloga de 4,92% (932 milhões de euros).
Ainda assim o objetivo é voltar ao padrão que se registava antes da crise da dívida na Europa. Em 2010 quando se deu o início, com o pedido de ajuda financeira da Grécia, a banca nacional ainda dependia pouco do BCE, atingindo raramente os 10 mil milhões de euros de financiamento.