Residencial: A Nova Tendência de Investimento Imobiliário Global

Residencial: A Nova Tendência de Investimento Imobiliário Global

Residencial: A Nova Tendência de Investimento Imobiliário Global 150 150 Hipoges

A consultora imobiliária Savills Aguirre Newman reforçou no seu relatório Global Living, a mudança de tendência que está a ocorrer no investimento imobiliário. O investimento global no setor residencial nos primeiros 6 meses do ano atingiu 110.000 milhões de dólares (cerca de 99.200 milhões de euros). Estes valores representam um aumento de 9% em relação ao ano anterior e faz do segmento residencial o único a aumentar em termos de investimento, a nível global.

Só nos últimos 5 anos, o setor residencial registou um aumento do investimento de 56%, o que torna este setor a segunda maior classe de ativos em investimento imobiliário, apenas atrás dos escritórios.

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O relatório da consultora mostra como os investidores estão a mudar o foco dos ativos residenciais operacionais para aumentar a quota de rentabilidade, principalmente em segmentos como residências para estudantes, lares e residências para aluguer. Destes segmentos, o residencial de aluguer é o favorito dos investidores. Comparando especificamente com o primeiro semestre de 2018, houve um aumento de 13% que consistiu num investimento de 97.000 milhões de euros no primeiro semestre de 2019. Após o recorde de 2018, Savills espera que estes mesmos registos sejam excedidos em 2019, o que se traduz em 3 anos de aumento consecutivo.

Em Portugal o mercado segue uma tendência ligeiramente distinta. No topo do pódio encontram-se os segmentos onde mais negócios foram concretizados desde o início do ano, e cujo investimento em ambos ascende a quase 70% dos 1,6 mil milhões de euros investidos – os escritórios e o retalho. O setor hoteleiro brilhou também graças captação de 27% do investimento, que se traduziu num total de 418 milhões de euros, através da venda de um grande portfólio e ainda 40 novas unidades hoteleiras de grande dimensão. Já o segmento residencial revela sinais de desaceleração, depois de 2018, ano em que foi registado um maior valor de investimento neste segmento. Os investidores estão também focados no investimento em segmentos como residências para estudantes, como é o caso do grupo Xior, que investiu 28 milhões de euros em Lisboa e no Porto.

 

Cresce o cross-border residencial

O investimento cross-border (investimento feito por investidores que se encontram noutros países ou jurisdições) global no segmento residencial foi de 51 mil milhões de dólares em 2018, representando 21% do capital estrangeiro registado, quando há cinco anos representava 13% do total, com 22 mil milhões. Neste tipo de operações, as favoritas são as residências para estudantes, com 25% do total do capital estrangeiro. Quando comparado, o investimento em segmentos mais domésticos, como residências multifamiliares e lares de idosos, tem menos expressão, com 16% e 15% respetivamente, do investimento cross-border na primeira metade de 2019.

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Com base na nacionalidade, os EUA e o Canadá lideraram o caminho com 44% do volume investido em residências fora do seu mercado de origem nos últimos seis anos. Os players mais importantes neste mercado são Brookfield Asset Management (Canadá), Blackstone (EUA), CPP Investment Board (Canadá) y Cerberus (EUA).

Os cinco investidores principais registaram 26% do investimento cross-border em residências multifamiliares, enquanto nas residências de estudantes e lares de idosos a concentração é muito maior, sendo que nestes os cinco principais intervenientes representaram 59% e 37% do investimento internacional, respetivamente.