Portugueses continuam a poupar na prestação do crédito à habitação

Portugueses continuam a poupar na prestação do crédito à habitação

Portugueses continuam a poupar na prestação do crédito à habitação 590 350 Hipoges

No ano passado, as famílias portuguesas viram as suas prestações do empréstimo à casa aliviadas, com as taxas Euribor a permanecerem em território negativo. No primeiro dia de dezembro, a Euribor a seis meses encontrava-se nos -0,345%.

Segundo contas feitas pela Deco, considerando um financiamento de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1% e Euribor a seis meses, uma família que no início de 2019 pagasse 466,03 euros ao banco pelo crédito à habitação, acabou esse mesmo ano a pagar menos 6,44 euros.

Quando analisada a diferença concreta no valor da prestação entre dezembro de 2016 e dezembro de 2018, a poupança é de 8,20 euros.

Esta poupança ocorreu devido às taxas de juro Euribor do mercado interbancário se encontrarem negativas há sensivelmente três anos, e à aplicação da lei da Euribor negativa que obriga as instituições de crédito a refletir na sua totalidade a evolução negativa da Euribor nos contratos de crédito à habitação de taxa variável.

“Podemos avançar que seja natural que estes valores negativos da Euribor venham a manter-se durante algum tempo. Se calhar, durante mais dois ou três anos. É essa informação que podemos tirar dos mercados financeiros porque os futuros da Euribor indicam que valores positivos só a partir de 2021 ou mesmo 2022 ou 2023″, expõe Nuno Rico, economista da Deco, ao Diário de Notícias.

O economista aponta ainda para a estabilidade do valor das taxas de juro no decorrer de 2017, e que apesar da queda acentuada em junho do ano passado, espera-se que volte a estabilizar: “O valor mais baixo vem em setembro e depois a partir daí começou gradualmente a subir. É provável que haja esta tendência para a normalização ou pelo menos para se ir aproximando de valores zero.”

Concessão de Crédito à Habitação Atinge Máximos

Dados revelados pelo Banco de Portugal no final de 2019 demonstram que, de janeiro a novembro do ano passado, as famílias portuguesas pediram emprestado para a compra de casa mais de 9.500 milhões de euros, o que representa uma subida homóloga de 6,4%.

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Só no mês de novembro foram concedidos 978 milhões de euros – um valor que não se registava desde junho de 2018 quando o BdP decidiu limitar a cedência de alguns créditos à habitação.

A estratégia de concessão de crédito da banca nacional tem como objetivo melhorar a economia do país ao restabelecer o dinamismo do mercado imobiliário, dadas as quebras de rendibilidade provocadas pelas recorrentes descidas das taxas de juro.