Após análise, a agência Fitch Ratings afirma que os 20 maiores bancos europeus terão este ano resultados melhores do seria esperado, alguns superando mesmo os lucros arrecadados antes da crise pandémica, e antevê que as aquisições e fusões em áreas de negócio específicas irão ocorrer em maior número em 2022.
Segundo a análise que a Fitch recentemente divulgou, apesar de as receitas terem decrescido ligeiramente no terceiro trimestre de 2021, e após um bom primeiro semestre, o controlo de custos continuou e as imparidades para crédito foram especialmente baixas, acabando por suportar os lucros dos 20 maiores bancos europeus, em alguns casos sendo mesmo melhores do que os lucros anteriores à crise gerada pela COVID-19. Neste caso, apesar de não estarem incluídas instituições financeiras de Portugal, Espanha esteve representada pelo Santander e o BPI.
Grandes bancos europeus a manter a qualidade dos ativos
A qualidade dos ativos continua boa, apresentando poucos ou nenhuns sinais de deterioração, avança a Fitch, mas os bancos continuam cuidadosos aquando da libertação de provisões e a média do rácio de NPLs nestes 20 bancos desceu de 2,8% em junho para 2,5% em setembro.
A agência de ratings acredita que se poderá ver alguma deterioração na qualidade dos ativos na maioria destes bancos em 2022, mas lembra-nos que continua a haver riscos devido às medidas restritivas associadas à contenção da pandemia.
Por outro lado, os indicadores de capital continuam fortes e a distribuição de dividendos aos acionistas não deverá tornar o capital dos bancos mais fraco. A Fitch Ratings espera que em 2022 os bancos continuem a recuperar lucros e que mantenham ativos de qualidade, bem como uma capitalização adequada. Para além disso, deverão ser anunciados novos planos para redução de custos.
Para o ano que vem, a Fitch Ratings acredita, também, na possibilidade de fusões e aquisições seletivas, em áreas como gestão de ativos e crédito ao consumidor. Nos 20 grandes bancos analisados pela Fitch, como acima referimos, não existem instituições portuguesas, mas estão incluídos os grupos bancários espanhóis Santander e CaixaBank, que são proprietários do Santander Totta e do BPI, respetivamente. De resto, os bancos analisados são o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, Barclays, BNP Paribas, Credit Agricole, Credit Suisse, Danske Bank, Deutsche Bank, Groupe BPCE, HSBC, ING, Intesa Sanpaolo, Lloyds, NatWest, Nordea Bank, Societe Generale, Standard Chartered, UBS, UniCredit, perfazendo os 20 maiores bancos europeus analisados pela Fitch Ratings.