A Alternativa ao Mercado Imobiliário Lisboeta, a Sul do Tejo

A Alternativa ao Mercado Imobiliário Lisboeta, a Sul do Tejo

A Alternativa ao Mercado Imobiliário Lisboeta, a Sul do Tejo 150 150 Hipoges

Com o crescente aumento do valor de mercado dos imóveis em Lisboa e a escassez na oferta, tanto na compra e venda como no mercado de arrendamento, muitos que trabalham ou estudam na capital veem-se obrigados a procurar melhores alternativas nos arredores.

É a Sul do Tejo que muitas famílias acabam por se instalar ao encontrarem opções mais baratas às da capital, mais especificamente no Seixal e no Montijo, onde estão a ser construídas novas habitações para responder à procura da classe média.

Mercado Imobiliario Tejo Margem Sul Portugal 2019

A melhor solução, na “outra margem”

É “pela proximidade do seu local de trabalho, acesso por via de transportes públicos e pela oferta imobiliária que, apesar de ter vindo a valorizar, continua a ser uma alternativa aos preços altos que se praticam na capital”, explica Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). A margem Sul é assim considerada, como sempre foi, um reforço à oferta imobiliária existente em Lisboa.

Segundo valores apurados em 2017 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes à renda de habitação, em Lisboa a média encontrava-se nos 9.62 euros o metro quadrado. Já na margem sul, é possível encontrar rendas mais em conta como 6,00 euros/m2 em Almada, 4,87 euros/m2 no Seixal, 4,55 euros/m2 no Barreiro e 4,47 euros/m2 no Montijo.

Comparando, ainda, com as restantes zonas da periferia, onde os preços praticados são em média mais elevados, seguem por ordem decrescente: Cascais, com rendas médias de 8,06 euros/m2; Oeiras, a aproximar-se dos 7,84 euros/m2; Amadora com 6,43 euros/m2; Odivelas e Loures a chegar aos 6,17 e 5,80 euros/m2, respetivamente; e Sintra onde o valor é de 5,26 euros/m2.

Na prática, arrendar uma casa em Lisboa com uma área de 100 m2 tem um valor mensal de 962 euros, enquanto em Almada uma casa com a mesma área fica por 600 euros, e no Montijo a 447 euros. Ainda assim, apesar do preço acessível do imobiliário no Montijo, “o anúncio do aeroporto no Montijo terá ajudado na redinamização desta região, pela expectativa da valorização e da dinamização económica”.

aeroporto montijo portugal 2022

Quanto à compra de casa no final de 2018, na Área Metropolitana de Lisboa, verificou-se uma suavização do crescimento dos preços de habitação. Graças à dispersão do investimento em novas construções habitacionais, Odivelas e Setúbal são agora cidades dos arredores da capital onde o mercado está com crescimento acentuado.

Contudo, quando se avalia a situação na “outra margem”, em termos de preço de compra de habitação, os valores não variam muito do que se verifica no arrendamento. Em Almada, por exemplo, o preço médio dos apartamentos ronda os 120.000 euros, estando situado nos 1.500 euros/m2 no caso de um imóvel novo.

O Principal Obstáculo

São mais de 350 mil trabalhadores e estudantes que, todos os dias, entram em Lisboa. Dado o elevado fluxo das migrações pendulares da população para a capital, os meios de transporte devem estar preparados para responder a este fenómeno diário.

Contudo, o mesmo não se verifica. Apesar das promessas do Governo em melhorar os acessos e a compra de novos barcos para facilitar a deslocação entre margens, existem ainda obstáculos que levam as pessoas a ponderar a compra de habitação a sul do Tejo e a explorar uma melhor solução noutras zonas da periferia.

barcos ligaçoes fluviais tejo lisboa portugal

Luís Lima considera o problema da mobilidade a principal preocupação: “Será aquele que faz com que ainda haja reticencias por parte dos jovens e famílias na deslocação para as periferias”. Acrescenta ainda que “idealmente, toda a gente preferiria viver junto ao local de trabalho, perdendo o mínimo tempo possível nos movimentos pendulares, mas não sendo esta uma solução realista, é necessário garantir uma oferta de acessos e de transportes públicos de qualidade, o que, apesar dos esforços, ainda não se verifica”.

Neste momento, a construção do aeroporto do Montijo, cuja conclusão está prevista para 2022, é a grande esperança para a dinamização de toda a área e a melhoria considerável dos acessos à margem sul – estão a ser discutidas a criação de uma ligação fluvial mais curta pelo Tejo, uma via bus na Ponte Vasco da Gama e até a possibilidade de uma terceira ponte.

Novo Contexto Habitacional

A construção do novo aeroporto contribuiu não só para avaliar as alterações necessárias a ter em conta a nível de mobilidade, mas também para valorizar os seus arredores, o que incentivou pequenos e médios promotores locais, detentores de ativos imobiliários e terrenos, a seguir em frente com os seus projetos.

O presidente da APEMIP defende que “é necessário apostar também na disponibilização de ativos, eventualmente por via da construção nova, que possam equilibrar a oferta imobiliária para que a mesma se mantenha a preços que os jovens e famílias portugueses de classe média/média baixa possam pagar”.

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