O Mercado Prepara-se para uma Venda Massiva de Carteiras NPL Antes de 2021

O Mercado Prepara-se para uma Venda Massiva de Carteiras NPL Antes de 2021

O Mercado Prepara-se para uma Venda Massiva de Carteiras NPL Antes de 2021 768 369 Hipoges

É cada vez maior o número de profissionais do sector que prevê uma forte resposta do mercado uma vez ultrapassado o atual período de abrandamento económico. A Axis Corporate, empresa internacional de consultoria empresarial, diz que a pandemia de coronavirus terá impacto no mercado com as vendas massivas de carteiras NPL (Non-Performing Loans) no último trimestre de 2020.

José Masip, sócio da área de Real Estate da Axis Corporate, afirma que “neste cenário, dois ingredientes juntam-se perante esta incerteza: o comprador que, perante este novo ambiente de choque, pode ver a incerteza do mercado como uma oportunidade ou não, e o vendedor que não está disposto a alterar o preço e dentro das suas “possibilidades” para poder avaliar a melhor opção“.

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Quando se estabilizará esta incerteza? Masip acredita que “a estabilização desta incerteza pode durar até ao Verão, com a expectativa de que melhore a partir de Setembro”. Um cenário que já foi contemplado pela agência de rating Moody’s, que já alertou para a forma como a pandemia está a afetar o funcionamento dos sistemas judiciais, de uma forma “direta e severa”, atrasando as recuperações das titularizações de empréstimos em incumprimento.

3 fatores chave

Que alavancas irão impulsionar estas operações ao longo do tempo? Podemos diferenciar 3 factores-chave para o desenvolvimento deste cenário:

  • Em primeiro lugar, a alteração regulamentar. A nova regulamentação bancária europeia para NPL (que deverá entrar em vigor em 2021) fará com que o refinanciamento dos empréstimos continue a ser contabilizado como uma falha enquanto as receitas esperadas diminuírem mais de 1%, o que resultará na sua classificação como falhas prudenciais e, portanto, continuará a consumir recursos de capital. A partir daí podemos deduzir o interesse dos bancos em limpar e libertar os seus balanços, o que levaria a esta venda massiva de carteiras antes do início de 2021, segundo a Axis.
  • Em segundo lugar, os fundos que,dada a impossibilidade de cumprir os objetivos dos planos estratégicos de negócios previstos para este ano e dada a situação económica que estamos a viver, vão livrar-se do balanço não estratégico para players mais especializados ou simplesmente querer complementar as perdas causadas pela paralisação que ocorreu no mercado“, diz a consultora.
  • Em terceiro lugar, a incerteza e as suas consequências. O contexto incerto produz uma certa perplexidade na avaliação de bens e ativos, como já estamos a ver em alguns países. O princípio da prudência prevalecerá nos primeiros meses após o vírus no que diz respeito ao investimento nestes ativos.

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Segundo Masip, as empresas do setor podem optar por duas formas. Uma delas é a dinamização de projetos de digitalização empresarial, de modo a enfrentar segundas vagas ou contextos futuros semelhantes. A outra opção é encarar este cenário como uma oportunidade para aumentar a eficiência dos custos e processos associados ao core, a fim de recuperar rapidamente.

Também não podemos excluir a estratégia de oportunidade que algumas empresas podem seguir, expandindo o seu volume de gestão através da aquisição de mais carteiras ou através de fusões.