O investimento conseguido através dos Vistos Gold decresceu cerca de 60%, face ao período homólogo. Esta queda levou a um total 22.1M€ arrecadados, de acordo com as contas feitas pela agência de informação Lusa e com base nos dados partilhados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Segundo os dados do SEF, no mês de Julho foram autorizados cerca de 41 Autorização de Residência para Investimento (ARI), sendo que 35 foram concedidos por via de compra de bens imóveis (com 11 para reabilitação urbana) e 6 por transferência de capitais. O investimento resultante do programa de ARI atingiu exatamente 22.197.726,03€, menos 60% (56 milhões de euros) que no mesmo período em 2020. Neste caso, a reabilitação urbana conseguiu um total de investimento de 4M€, enquanto a transferência de capitais juntou 2M€.

Por país, foram concedidos 10 Golden Visas à China, 5 aos Estados Unidos da América, 5 à Rússia, 4 ao Brasil e 3 à Turquia. Nos primeiros sete meses do ano foram atribuídos por volta 486 Vistos Gold, sendo que foram 55 em Janeiro, 100 em Fevereiro, 73 em Março, 98 em Abril, 52 em Maio, 67 em Junho e 41 em Julho. Entre o primeiro e o sétimo mês de 2021, o investimento conseguido por via deste instrumento subiu para os 260M€, um decréscimo de mais de 40% face aos 439M€ registados nos primeiros sete meses de 2020. Em causa pode estar a lei que entra em vigor a 1 de Janeiro de 2022 e que aos poucos já se vai implementando, que diz que “o investimento mínimo é de 500K” e que “será apenas permitido [investir] no interior de Portugal, Açores e Madeira, diferente do que acontece atualmente (…) que possibilita que [o investimento] se dirija para qualquer imóvel em qualquer região do país”., não afetando, no entanto, outras formas de investimento imobiliário em Portugal.

O programa de concessão de ARI, que foi primeiramente lançado há quase uma década, registou até ao último mês de Julho um investimento total de 6.000M€ acumulados. Deste valor, uma grande fatia corresponde à compra de bens imobiliários, que a partir do programa somou 5.338M€ até agora desde o início, sendo que a compra para reabilitação urbana atinge os 319M€ e a transferência de capitais um total de 561M€.
Até Julho deste ano, foram atribuídos qual 10.000 vistos através da compra de imóveis, dos quais 885 planeavam reabilitação urbana. Por requisito de transferência de capital, os vistos totalizaram quase 600, 20 com planos de criação de postos de trabalho. Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4.953), seguida do Brasil (1.028), Turquia (470), África do Sul (409) e Rússia (388). Desde o início do programa, em 2012, foram já concedidas 16.762 autorizações de residência a familiares reagrupados, das quais 712 aconteceram ao 2021.

Fonte: Jornal Económico